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terça-feira, 26 de abril de 2011

PRIMEIRO DE MAIO - DIA DO TRABALHADOR

No dia 1 de Maio de 1886 realizou-se uma manifestação de trabalhadores nas ruas de Chicago nos Estados Unidos da América. Essa manifestação tinha como finalidade reivindicar a redução da jornada de trabalho para 8 horas diárias e teve a participação de centenas de milhares de pessoas. Nesse dia teve início uma greve geral nos EUA. No dia 3 de Maio houve um pequeno levantamento que acabou com uma escaramuça com a polícia e com a morte de um dos protestantes. No dia seguinte, 4 de Maio, uma nova manifestação foi organizada como protesto pelos acontecimentos dos dias anteriores, tendo terminado com o lançamento de uma bomba por desconhecidos para o meio dos polícias que começavam a dispersar os manifestantes, matando sete agentes. A polícia abriu então fogo sobre a multidão, matando doze pessoas e ferindo dezenas. Estes acontecimentos passaram a ser conhecidos como a Revolta de Haymarket.
Três anos mais tarde, a 20 de Junho de 1889, a segunda Internacional Socialista reunida em Paris decidiu por proposta de Raymond Lavigne convocar anualmente uma manifestação com o objectivo de lutar pelas 8 horas de trabalho diário. A data escolhida foi o 1º de Maio, como homenagem às lutas sindicais de Chicago. Em 1 de Maio de 1891 uma manifestação no norte de França é dispersada pela polícia resultando na morte de dez manifestantes. Esse novo drama serve para reforçar o dia como um dia de luta dos trabalhadores e meses depois a Internacional Socialista de Bruxelas proclama esse dia como dia internacional de reivindicação de condições laborais.
A 23 de Abril de 1919 o senado francês ratifica o dia de 8 horas e proclama o dia 1 de Maio desse ano dia feriado. Em 1920 a Rússia adopta o 1º de Maio como feriado nacional, e este exemplo é seguido por muitos outros países.


Em Portugal

A decisão da Comuna de Paris, de decretar o 1º de Maio como o Dia Internacional do Trabalhador teve repercursões no nosso país. Diz-nos José Mattoso (in História de Portugal, vol. 5), que houve um reforço da luta do movimento operário português em finais do séc. XIX sendo "em torno da associação e da greve que gravita o próprio movimento operário". Entre 1852 e 1910 realizaram-se 559 greves no nosso país. A subida dos salários, a diminuição da jornada de trabalho e a melhoria das condições de laboração eram as principais exigências dos operários.
Mas, segudo o mesmo autor, o movimento operário alcançava grande força quando "aquelas (associações) a que hoje chamaríamos propriamente «sindicatos» se juntavam com as recreativas, as de socorros mútuos e os centros políticos". Tal ficou demonstrado no 1º de Maio de 1900 que juntou em Lisboa cerca de 40 mil pessoas, numa altura em que "as classes médias ainda viam as organizações de trabalhadores com alguma simpatia".
Durante a I República não se deixou de festejar o Dia do Trabalhador, mas sublinhe-se que um dos primeiros diplomas aprovados, com a instituição do novo regime, dizia respeito ao estabelecimento dos feriados nacionais e destes não constava o dia do trabalhador. Em 1933 é decretada a "unicidade sindical" e o "controle governamental dos sindicatos" esmorecendo um movimento operário que só ganharia novo ânimo na década de 40. Durante o Estado Novo as manifestações no Dia do Trabalho (e não do Trabalhador) eram organizadas e controladas pelo Estado.
O primeiro 1º de Maio celebrado em Portugal depois do 25 de Abril foi a maior manifestação alguma vez organizada no país. Só na cidade de Lisboa juntaram-se mais de meio milhão de pessoas. Para muitos, foi a forma dos portugueses demonstrarem a sua adesão ao 25 de Abril, que uma semana antes restituía ao país a democracia.

PRIMEIRO DE MAIO

Na maioria dos países industrializados, o 1º de maio é o Dia do Trabalho.
Comemorada desde o final do século XIX, a data é uma homenagem aos oito líderes trabalhistas norte-americanos que morreram enforcados em Chicago (EUA), em 1886.
Eles foram presos e julgados sumariamente por dirigirem manifestações que tiveram início justamente no dia 1º de maio daquele ano.
No Brasil, a data é comemorada desde 1895 e virou feriado nacional em setembro de 1925 por um decreto do presidente Artur Bernardes.

Chicago, maio de 1886
Baixos salários e jornadas de trabalho que se estendiam até 17 horas diárias eram comuns nas indústrias da Europa e dos Estados Unidos no final do século XVIII e durante o século XIX. Férias, descanso semanal e aposentadoria não existiam. Para se protegerem em momentos difíceis, os trabalhadores inventavam vários tipos de organização – como as caixas de auxílio mútuo, precursoras dos primeiros sindicatos.
Com as primeiras organizações, surgiram também as campanhas e mobilizações reivindicando maiores salários e redução da jornada de trabalho.
Greves, nem sempre pacíficas, explodiam por todo o mundo industrializado.
Chicago, um dos principais pólos industriais norte-americanos, também era um dos grandes centros sindicais.
Duas importantes organizações lideravam os trabalhadores e dirigiam as manifestações em todo o país: a AFL (Federação Americana de Trabalho) e a Knights of Labor (Cavaleiros do Trabalho).
As organizações, sindicatos e associações que surgiam eram formadas principalmente por trabalhadores de tendências políticas socialistas, anarquistas e sócio-democratas.
Em 1886, Chicago foi palco de uma intensa greve operária. Dia 1º de maio, os trabalhadores realizam uma grande manifestação – foi a última do período em que não houve violenta repressão policial. Nos dias seguintes, toda ação dos operários foi duramente reprimida pela polícia, com mortos, feridos e muitos presos.
As conseqüências chocaram o mundo: depois de um julgamento sumário, várias lideranças foram condenados a prisão perpétua e oito deles, à morte na forca. Aos poucos, porém, vários Estados norte-americanos começaram a estabelecer jornadas de trabalho menores, de dez e até de oito horas.

A data vira uma instituição

Dois anos depois, em 1888, a AFL marcava para o dia 1º de maio manifestações de protestos e reivindicações por uma jornada de trabalho de oito horas.
Em 1890, o 1º de maio foi comemorado com manifestações em várias cidades européias e norte-americanas, organizadas por sindicatos, partidos e associações de trabalhadores. Nesse mesmo ano, a Segunda Internacional, associação mundial de trabalhadores socialistas, aprovou em seu congresso a fixação do 1º de maio como Dia do Trabalhador: "Festa dos trabalhadores em todos os países, durante a qual o proletariado deve manifestar os objetivos comuns de suas reivindicações, bem como a sua solidariedade", declarava o documento daquele congresso.