E.E.E.M. PROFESSORA
DEUZUÍTA PEREIRA DE QUEIROZ
DISCIPLINA: FILOSOFIA
PROFESSOR: SRAS
RECUPERAÇÃO
PARALELA/ 01/2014
ALUNO:____________________________________________
SÉRIE___________ TURMA: ______TURNO________
Observações
Iniciais:
a) Leia o texto todo;
b) Procure entendê-lo antes de
responder qualquer pergunta;
c) Se alguma frase ou idéia não
ficou clara, releia o texto;
d) Só então procure responder ou
refletir em cima do texto;
No texto a seguir, Corbisier
ressalta a importância suprema do ato de
perguntar. Esse ato, tão “banal e cotidiano”, nos distingue,
essencialmente, de todos os demais seres viventes. Por isso, está na raiz de
toda e qualquer atividade filosófica.
HOMEM: O SER QUE PERGUNTA
Normalmente perguntamos sem
refletir sobre o próprio perguntar, sem indagar pelo significado dessa operação
da inteligência que se acha na raiz de todo conhecimento e de toda ciência. E
ao perguntar pelo perguntar, convertemos essa operação, que nos parece tão
banal, tão cotidiana, em tema filosófico, a partir do momento em que passamos a
considerá-la do ponto de vista da crítica radical.
Se compararmos, nesse aspecto, o comportamento
humano com o do animal, verificaremos que o animal não pergunta, não indaga,
limitando-se a responder. Mas, por que o animal não pergunta? Não pergunta
porque não precisa perguntar. E por que não precisa perguntar? Porque, para
viver e reproduzir-se, dispõe do instinto que o torna capaz de fazer, embora
inconsciente e sonambulicamente, tudo o que é necessário para sobreviver e
assegurar a sobrevivência de sua espécie. O animal não pergunta, limita-se a
responder aos estímulos e provocações do contexto em que encontra, a responder
imediatamente, fugindo do perigo, quando é ameaçado, e atacando a presa quando
está com fome.
Entre
o animal e o contexto em que vive não há ruptura, não há solução de
continuidade. Porque o animal é natureza dentro da natureza, instinto,
espontaneidade vital, inconsciência (... )
Quando
o comportamento do animal não é ditado pelo instinto, pela necessidade de
alimentar-se, ou de reproduzir-se, e de mover-se no espaço, é ditado pelos
estímulos exteriores que provocam reflexos ou respostas previamente
determinados. O animal não precisa saber o que são as coisas, não precisa
perguntar, porque sabe, por instinto, tudo o que precisa saber para sobreviver
e assegurar a sobrevivência da espécie, do grupo ou da família a que pertence.
Essa
ciência esta implícita em sua natureza, pois o peixe nasce sabendo nadar, o
pássaro sabendo voar, e os gatos e cachorros sabendo andar e correr. A
integração no contexto natural é completa, mesmo por parte dos animais que constróem
colmeias como as abelhas, edifícios para morar como as formigas, ou teias como
as aranhas. Essas construções são obra do instinto, atividade que realiza fins
determinados sem Ter consciência de que os realiza, sem Ter a possibilidade, ou
a liberdade de não realizá-los. Pois ser abelha e construir colmeias é a mesma
coisa, e a mesma coisa, também, é ser formiga e erguer formigueiros, e ser
aranha e fabricar as teias. Toda a conduta, toda a atividade do animal está
predeterminada, preestabelecida, em sua natureza, inclusive a possibilidade,
que se verifica em relação a certos animais superiores, de serem adestrados
para trabalhar nos circos.
Em
contraste, o homem pergunta. E, por que pergunta? Porque precisa perguntar.
Mas, por que precisa perguntar? Precisa perguntar porque não sabe e precisa
saber, saber o que é o mundo em que se encontra e no qual deve viver. Para
poder viver, e viver é conviver, com as coisas e com os outros homens, precisa
saber como as coisas e os outros homens se comportam, pois sem esse
conhecimento não poderia orientar sua conduta em relação as coisas e aos
homens. Para o ser humano o conhecimento não é facultativo, mas indispensável,
uma vez que sua sobrevivência dele depende. Mas, para que esse conhecimento lhe
seja realmente útil e lhe permita transformar a natureza, pondo-a a seu
serviço, e lhe permita, também, transformar sua própria natureza, pela educação
e pela cultura, para que esse conhecimento possa tornar-se o fundamento de uma
técnica realmente eficaz, é indispensável que não seja meramente empírico, mas
científico, ou epistemológico, como diziam os gregos.
Ora,
que está na origem do conhecimento, tanto filosófico quanto científico? Na
origem desse conhecimento está a capacidade, ou melhor, a necessidade de perguntar,
de indagar, o que são as coisas e o que é o homem. E qual é o pressuposto, ou a
condição, de possibilidade da pergunta? Se pergunto é porque não sei, ou me
comporto como se não soubesse. A pergunta supõe, consequentemente, a ignorância
em relação ao que se pretende ou precisa saber, pressupondo também, e ao mesmo
tempo, a consciência da ignorância e o conhecimento, por assim dizer, em oco,
daquilo que se desconhece e precisa conhecer. A mola do processo é a
contradição. Não sei o que não sei, e essa consciência da ignorância, a ciência
da insciência, é o que me permite perguntar, quer a pergunta se dirija à
natureza, quer se enderece aos outros homens.
Na
origem, na raiz do perguntar, encontramos, portanto, a ruptura, a cisão, a
contradição. Não sei, preciso saber e porque sei que não sei, pergunto, na
expectativa de que a resposta possa trazer-me o conhecimento que não tenho e
preciso Ter.
Questões:
1- Segundo o autor, normalmente
fazemos perguntas sem refletir sobre o próprio ato de perguntar, sem questionar
o significado dessa operação da inteligência. Qual a conseqüência de rompermos
com essa atitude, isto é, perguntarmos pelo perguntar?
2- Baseando-se no texto,
responda: por que o animal, para viver, não precisa perguntar?
3- Em contraste com o animal,
por que o homem precisa perguntar
4- Comente e interprete estas
palavras do autor: “não sei e sei que não sei, e essa consciência da ignorância
(...) é o que me permite perguntar”.
5- Caro educando estamos finalizando o
primeiro semestre e o processo de
aprendizagem acontece na relação educando educador. Analisando sua trajetória
de estudo neste primeiro bimestre, como você avalia seu desempenho como
educando? Você cumpriu as metas estabelecidas por nós no início do bimestre?
Após esta reflexão se auto avalie e atribua uma nota de 0 a 10.
Entregar até dia 30/05/2014