Powered By Blogger

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Material para Recuperação Paralela - 01/2014 - Deuzuíta - PRIMEIROS ANOS

E.E.E.M. PROFESSORA DEUZUÍTA PEREIRA DE QUEIROZ                 

DISCIPLINA: FILOSOFIA

PROFESSOR: SRAS

RECUPERAÇÃO PARALELA/ 01/2014

ALUNO:____________________________________________

SÉRIE___________ TURMA: ______TURNO________

Observações Iniciais:
            a) Leia o texto todo;
            b) Procure entendê-lo antes de responder qualquer pergunta;
            c) Se alguma frase ou idéia não ficou clara, releia o texto;
            d) Só então procure responder ou refletir em cima do texto;

No texto a seguir, Corbisier ressalta a importância suprema do ato de perguntar. Esse ato, tão “banal e cotidiano”, nos distingue, essencialmente, de todos os demais seres viventes. Por isso, está na raiz de toda e qualquer atividade filosófica.

HOMEM: O SER QUE PERGUNTA
Normalmente perguntamos sem refletir sobre o próprio perguntar, sem indagar pelo significado dessa operação da inteligência que se acha na raiz de todo conhecimento e de toda ciência. E ao perguntar pelo perguntar, convertemos essa operação, que nos parece tão banal, tão cotidiana, em tema filosófico, a partir do momento em que passamos a considerá-la do ponto de vista da crítica radical.
             Se compararmos, nesse aspecto, o comportamento humano com o do animal, verificaremos que o animal não pergunta, não indaga, limitando-se a responder. Mas, por que o animal não pergunta? Não pergunta porque não precisa perguntar. E por que não precisa perguntar? Porque, para viver e reproduzir-se, dispõe do instinto que o torna capaz de fazer, embora inconsciente e sonambulicamente, tudo o que é necessário para sobreviver e assegurar a sobrevivência de sua espécie. O animal não pergunta, limita-se a responder aos estímulos e provocações do contexto em que encontra, a responder imediatamente, fugindo do perigo, quando é ameaçado, e atacando a presa quando está com fome.
            Entre o animal e o contexto em que vive não há ruptura, não há solução de continuidade. Porque o animal é natureza dentro da natureza, instinto, espontaneidade vital, inconsciência (... )
            Quando o comportamento do animal não é ditado pelo instinto, pela necessidade de alimentar-se, ou de reproduzir-se, e de mover-se no espaço, é ditado pelos estímulos exteriores que provocam reflexos ou respostas previamente determinados. O animal não precisa saber o que são as coisas, não precisa perguntar, porque sabe, por instinto, tudo o que precisa saber para sobreviver e assegurar a sobrevivência da espécie, do grupo ou da família a que pertence.
            Essa ciência esta implícita em sua natureza, pois o peixe nasce sabendo nadar, o pássaro sabendo voar, e os gatos e cachorros sabendo andar e correr. A integração no contexto natural é completa, mesmo por parte dos animais que constróem colmeias como as abelhas, edifícios para morar como as formigas, ou teias como as aranhas. Essas construções são obra do instinto, atividade que realiza fins determinados sem Ter consciência de que os realiza, sem Ter a possibilidade, ou a liberdade de não realizá-los. Pois ser abelha e construir colmeias é a mesma coisa, e a mesma coisa, também, é ser formiga e erguer formigueiros, e ser aranha e fabricar as teias. Toda a conduta, toda a atividade do animal está predeterminada, preestabelecida, em sua natureza, inclusive a possibilidade, que se verifica em relação a certos animais superiores, de serem adestrados para trabalhar nos circos.
Em contraste, o homem pergunta. E, por que pergunta? Porque precisa perguntar. Mas, por que precisa perguntar? Precisa perguntar porque não sabe e precisa saber, saber o que é o mundo em que se encontra e no qual deve viver. Para poder viver, e viver é conviver, com as coisas e com os outros homens, precisa saber como as coisas e os outros homens se comportam, pois sem esse conhecimento não poderia orientar sua conduta em relação as coisas e aos homens. Para o ser humano o conhecimento não é facultativo, mas indispensável, uma vez que sua sobrevivência dele depende. Mas, para que esse conhecimento lhe seja realmente útil e lhe permita transformar a natureza, pondo-a a seu serviço, e lhe permita, também, transformar sua própria natureza, pela educação e pela cultura, para que esse conhecimento possa tornar-se o fundamento de uma técnica realmente eficaz, é indispensável que não seja meramente empírico, mas científico, ou epistemológico, como diziam os gregos.
Ora, que está na origem do conhecimento, tanto filosófico quanto científico? Na origem desse conhecimento está a capacidade, ou melhor, a necessidade de perguntar, de indagar, o que são as coisas e o que é o homem. E qual é o pressuposto, ou a condição, de possibilidade da pergunta? Se pergunto é porque não sei, ou me comporto como se não soubesse. A pergunta supõe, consequentemente, a ignorância em relação ao que se pretende ou precisa saber, pressupondo também, e ao mesmo tempo, a consciência da ignorância e o conhecimento, por assim dizer, em oco, daquilo que se desconhece e precisa conhecer. A mola do processo é a contradição. Não sei o que não sei, e essa consciência da ignorância, a ciência da insciência, é o que me permite perguntar, quer a pergunta se dirija à natureza, quer se enderece aos outros homens.
Na origem, na raiz do perguntar, encontramos, portanto, a ruptura, a cisão, a contradição. Não sei, preciso saber e porque sei que não sei, pergunto, na expectativa de que a resposta possa trazer-me o conhecimento que não tenho e preciso Ter.       
  
Questões:

1-     Segundo o autor, normalmente fazemos perguntas sem refletir sobre o próprio ato de perguntar, sem questionar o significado dessa operação da inteligência. Qual a conseqüência de rompermos com essa atitude, isto é, perguntarmos pelo perguntar?
2-     Baseando-se no texto, responda: por que o animal, para viver, não precisa perguntar?
3-     Em contraste com o animal, por que o homem precisa perguntar
4-     Comente e interprete estas palavras do autor: “não sei e sei que não sei, e essa consciência da ignorância (...) é o que me permite perguntar”.
5- Caro educando estamos finalizando o primeiro semestre e o  processo de aprendizagem acontece na relação educando educador. Analisando sua trajetória de estudo neste primeiro bimestre, como você avalia seu desempenho como educando? Você cumpriu as metas estabelecidas por nós no início do bimestre? Após esta reflexão se auto avalie e atribua uma nota de 0 a 10.

Entregar  até dia 30/05/2014