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sábado, 24 de novembro de 2012


ESCOLA ESTADUAL PROFESSORA DEUZUITA PEREIRA DE QUEIROZ
DISCIPLINA : FILOSOFIA / ESTUDO DIRIGIDO/QUARTO BIMESTRE 2012
PROFESSOR: SÉRGIO RICARDO
ESTUDO DIRIGIDO 1º ANOS NOTURNO
OBSERVAÇÕES INICIAIS:
 a) Leia os textos todos.
 b) Procure entendê-los antes de responder qualquer pergunta.
 c) Se alguma frase ou idéia não ficou clara, releia o texto.
 d) Só então procure responder ou refletir em cima do texto.
Turno _________________________
Turma_________________________
NOME: ______________________________________________________________


HOMEM: O SER QUE PERGUNTA

Normalmente perguntamos sem refletir sobre o próprio perguntar, sem indagar pelo significado dessa operação da inteligência que se acha na raiz de todo conhecimento e de toda ciência. E ao perguntar pelo perguntar, convertemos essa operação, que nos parece tão banal, tão cotidiana, em tema filosófico, a partir do momento em que passamos a considerá-la do ponto de vista da crítica radical.
             Se compararmos, nesse aspecto, o comportamento humano com o do animal, verificaremos que o animal não pergunta, não indaga, limitando-se a responder. Mas, por que o animal não pergunta? Não pergunta porque não precisa perguntar. E por que não precisa perguntar? Porque, para viver e reproduzir-se, dispõe do instinto que o torna capaz de fazer, embora inconsciente e sonambulicamente, tudo o que é necessário para sobreviver e assegurar a sobrevivência de sua espécie. O animal não pergunta, limita-se a responder aos estímulos e provocações do contexto em que encontra, a responder imediatamente, fugindo do perigo, quando é ameaçado, e atacando a presa quando está com fome.
            Entre o animal e o contexto em que vive não há ruptura, não há solução de continuidade. Porque o animal é natureza dentro da natureza, instinto, espontaneidade vital, inconsciência (... )
            Quando o comportamento  do animal não é ditado pelo instinto, pela necessidade de alimentar-se, ou de reproduzir-se, e de mover-se no espaço, é ditado pelos estímulos exteriores que provocam reflexos ou respostas previamente determinados. O animal não precisa saber o que são as coisas, não precisa perguntar, porque sabe, por instinto, tudo o que precisa saber para sobreviver e assegurar a sobrevivência da espécie, do grupo ou da família a que pertence.
            Essa ciência esta implícita em sua natureza, pois o peixe nasce sabendo nadar, o pássaro sabendo voar, e os gatos e cachorros sabendo andar e correr. A integração no contexto natural é completa, mesmo por parte dos animais que constróem colmeias como as abelhas , edifícios para morar como as formigas, ou teias como as aranhas. Essas construções são obra do instinto , atividade que realiza fins determinados sem Ter  consciência de que os realiza, sem Ter a possibilidade , ou a liberdade de não realizá-los. Pois ser abelha e construir colmeias é a mesma coisa, e a mesma coisa, também, é ser formiga e erguer formigueiros, e ser aranha e fabricar as teias. Toda a conduta, toda a atividade do animal está predeterminada, preestabelecida, em sua natureza, inclusive a possibilidade, que se verifica em relação a certos animais superiores, de serem adestrados para trabalhar nos circos.
Em contraste, o homem pergunta. E, por que pergunta? Porque precisa perguntar. Mas, por que precisa perguntar ? Precisa perguntar porque não sabe e precisa saber, saber o que é o mundo em que se encontra e no qual deve viver. Para poder viver, e viver é conviver, com as coisas e com os outros homens, precisa saber como as coisas e os outros homens se comportam, pois sem esse conhecimento não poderia orientar sua conduta em relação as coisas e aos homens. Para  o ser humano o conhecimento não é facultativo, mas indispensável, uma vez que sua sobrevivência  dele depende. Mas, para que esse conhecimento lhe seja realmente útil e lhe permita transformar a natureza, pondo-a a seu serviço, e lhe permita, também, transformar sua própria natureza, pela educação e pela cultura, para que esse conhecimento possa tornar-se o fundamento de uma técnica realmente eficaz, é indispensável que não seja meramente empírico, mas científico, ou epistemológico, como diziam os gregos.
Ora, que está na origem do conhecimento, tanto filosófico quanto científico? Na origem desse conhecimento está a capacidade, ou melhor, a necessidade de perguntar, de indagar, o que são as coisas e o que é o homem. E qual é o pressuposto, ou a condição, de possibilidade da pergunta? Se pergunto é porque não sei, ou me comporto como se não soubesse. A pergunta supõe, consequentemente, a ignorância em relação ao que se pretende ou precisa saber, pressupondo também, e ao mesmo tempo, a consciência da ignorância e o conhecimento, por assim dizer, em oco, daquilo que se desconhece e precisa conhecer. A mola do processo é a contradição. Não sei o que não sei, e essa consciência da ignorância, a ciência da insciência, é o que me permite perguntar, quer a pergunta se dirija à natureza, quer se enderece aos outros homens.
Na origem, na raiz do perguntar, encontramos, portanto, a ruptura, a cisão, a contradição. Não sei, preciso saber e porque sei que não sei, pergunto, na expectativa de que a resposta possa trazer-me o conhecimento que não tenho e preciso Ter.       

Questões:
1 - Segundo o autor, normalmente fazemos perguntas sem refletir sobre o próprio ato de perguntar, sem questionar o significado dessa operação da inteligência. Qual a conseqüência de rompermos com essa atitude, isto é, perguntarmos pelo perguntar?
2 - Baseando-se no texto, responda: por que o animal, para viver, não precisa perguntar?
3 - Em contraste com o animal, por que o homem precisa perguntar?
4 - Comente e interprete estas palavras do autor: “não sei e sei que não sei, e essa consciência da ignorância (...) é o que me permite perguntar”.
5 – Em sua opinião, lendo esse texto, o que corresponde a verdade dos fatos apresentados? Justifique.
6 - Você concorda com os argumentos expostos no presente texto? Justifique sua resposta.
7 - O que o texto critica? E qual a principal razão que o texto se vale para fazer essa crítica?
8 – Elabore uma apreciação crítica sobre o texto, refutando ou concordando com o mesmo.
9 – Segundo o autor, dentro do tema enfocado, qual a questão central ?
10 – A luz do texto; Que compromisso precisamos assumir no ambiente em que vivemos ou atuamos para mudar esta realidade?

OS QUE FAZEM A DIFERENÇA!

Conta-se que após um feriado prolongado, o professor entrou na sala da Universidade para dar sua aula, mas os alunos estavam ansiosos para contar as novidades aos colegas e a excitação era geral. Depois de tentar,educadamente, por várias vezes, conseguir a atenção dos alunos para a aula, o professor perdeu a paciência e disse: “Prestem atenção porque eu vou falar isso uma única vez”. Um silêncio carregado de culpa se instalou na sala e o professor continuou.”Desde que comecei a lecionar, e isso já faz muitos anos, descobri que nós professores trabalhamos apenas 5% dos alunos de uma turma. Em todos esses anos observei que, de cada cem alunos apenas cinco fazem realmente alguma diferença no futuro. Apenas cinco se tornam profissionais brilhantes e contribuem de forma significativa para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Os outros 95% servem apenas para fazer volume; são medíocres e passam pela vida sem deixar nada de útil.
O interessante é que esta porcentagem vale para todo o mundo. Se vocês prestarem atenção notarão que, de cem professores, apenas cinco são aqueles que fazem a diferença. De cem garçons, apenas cinco são excelentes; de cem motoristas de táxi, apenas cinco são verdadeiros profissionais; de 100 conhecidos, quando muito, 5 são verdadeiros amigos, fraternos e de absoluta confiança. E podemos generalizar ainda mais: de cem pessoas, apenas cinco são verdadeiramente especiais.
É uma pena não termos como separar estes 5% do resto, pois se isso fosse possível eu deixaria apenas os alunos especiais nesta sala e colocaria os demais para fora. Assim, então, teria o silêncio necessário para dar uma boa aula e dormiria tranqüilo, sabendo ter investido nos melhores. Mas,infelizmente não há como saber quais de vocês são estes alunos. Só o tempo é capaz de mostrar isso. Portanto, terei de me conformar e tentar dar uma aula para os alunos especiais, apesar da confusão que estará sendo feita pelo resto.
Claro que cada um de vocês sempre pode escolher a qual grupo pertencerá. Obrigado pela atenção e vamos à aula de hoje”. O silêncio se instalou na sala e o nível de atenção foi total. Afinal, nenhum dos alunos desejava fazer parte do “resto”, e sim, do grupo daqueles que realmente fazem a diferença. Mas, como bem lembrou o sábio professor, só o tempo dirá a que grupo cada um pertencerá. Só a atuação diária de cada pessoa a classificará, de fato, num ou noutro grupo.
Pense nisso! Se você deseja pertencer ao grupo dos que realmente fazem a diferença, procure ser especial em tudo o que faz. Desde um simples bilhete que escreve, às coisas mais importantes, faça com excelência. Seja fazendo uma faxina, atendendo um cliente, cuidando de uma criança ou de um idoso, limpando um jardim ou fazendo uma cirurgia, seja especial. Para ser alguém que faz a diferença, não importa o que você faz, mas como faz. Ou você faz tudo da melhor forma possível, ou fará parte do “resto”.
Pense nisso e seja alguém que faz a diferença… Alguém que com sua ação torna a vida das pessoas melhores.
Vamos Filosofar???
1 – Em sua opinião, lendo esse texto, o que corresponde a verdade dos fatos apresentados? Justifique.
2 – O texto fala dos fazem a diferença. Localize uma passagem que justifique essa verdade ou mentira e explique-a a luz da sua realidade social.
3 - Você concorda com os argumentos expostos no presente texto? Justifique sua resposta.
4 - O que o texto critica? E qual a principal razão que o texto se vale para fazer essa crítica?
5 – Elabore uma apreciação crítica sobre o texto, refutando ou concordando com o mesmo.
6 – Segundo o autor, dentro do tema enfocado, qual a questão central ?
7 – A luz do texto; Que compromisso precisamos assumir no ambiente em que vivemos ou atuamos para mudar esta realidade?
O QUE É O SENSO COMUM?

Na nossa vida quotidiana necessitamos de um conjunto muito vasto de conhecimentos, relacionados com a forma como a realidade em que vivemos funciona: temos que saber como tratar as pessoas com as quais nos relacionamos, temos que saber como nos devemos comportar em cada uma das circunstâncias em que nos situamos no nosso dia-a-dia: a forma como nos comportamos em nossa casa é diferente da forma como nos comportamos numa repartição pública, numa discoteca, num cinema, na escola, etc. Estamos também rodeados de sistemas de transporte, de informação, de aparelhos muito diversos, com os quais temos que saber lidar. De fato, para apanharmos o comboio, por exemplo, temos que saber muitas coisas: o que é um comboio e a sua função, como se entra numa estação, como se compra o bilhete, como devemos esperar o comboio, etc.
Estes conhecimentos, no seu conjunto, formam um tipo de saber a que se chama senso comum.
O senso comum é um saber que nasce da experiência cotidiana, da vida que os homens levam em sociedade. É, assim, um saber acerca dos elementos da realidade em que vivemos; um saber sobre os hábitos, os costumes, as práticas, as tradições, as regras de conduta, enfim, sobre tudo o que necessitamos para podermos orientar-nos no nosso dia-a-dia: como comer à mesa, acender a luz de uma sala, acender a televisão, como fazer uma chamada telefónica, apanhar o autocarro, o nome das ruas da localidade onde vivemos, etc.,etc...
É, por isso, um saber informal, que se adquire de uma forma natural (espontâneo), através do nosso contacto com os outros, com as situações e com os objectos que nos rodeiam. É um saber muito simples e superficial, que não exige grandes esforços, ao contrário dos saberes formais (tais como as ciências) que requerem um longo processo de aprendizagem escolar.
O senso comum adquire-se quase sem se dar conta, desde a mais tenra infância e, apesar das suas limitações, é um saber fundamental, sem o qual não nos conseguiríamos orientar na nossa vida quotidiana.
Sendo assim, torna-se facilmente compreensível que todos os homens possuam senso comum, mas este varia de sociedade para sociedade e, mesmo dentro duma mesma sociedade, varia de grupo social para grupo social ou, também, por exemplo, de grupo profissional para grupo profissional.
Mas, sendo imprescindível, o senso comum não é suficiente para nos compreendermos a nós próprios e ao mundo em que vivemos, pois se na nossa reflexão sobre a nossa situação no mundo, nos ficarmos pelos dados do senso comum, por assim dizer os dados mais básicos da nossa consciência natural, facilmente caímos na ilusão de que as coisas são exactamente aquilo que parecem, nunca nos chegando a aperceber que existe uma radical diferença entre a aparência e a realidade. Somos, imperceptivelmente, levados a consolidar um conjunto solidário de certezas, das quais, como é óbvio, achamos ser absurdo duvidar ( o texto da ficha 3 (chama-lhes "crenças silenciosas"): temos a certeza de que existimos, de que as coisas que nos rodeiam existem, que aquilo que nos acontece é irrefutável, etc...
Contudo essas certezas são questionáveis, pois se baseiam em aparências. E há muitas aparências que se nos impõem com uma força quase irresistível, por exemplo: aparentemente o Sol move-se no céu (não é verdade que esta foi uma convicção aceite, durante muitos séculos, pela comunidade científica?). Podemos mesmo aprender a medir o tempo a partir desse movimento aparente. Mas, na realidade, esse movimento aparente do Sol é gerado pelo movimento de rotação da terra.
Mas esta distinção entre aparência e realidade, da qual não nos podemos libertar por causa da nossa natureza (ou melhor, da constituição dos nossos órgãos sensoriais e do nosso sistema nervoso), está dependente da diferença que existe entre o conhecimento sensível e o conhecimento racional.
O conhecimento que temos através dos sentidos é forçosamente incompleto e filtrado, pois os nossos órgãos receptores só são estimulados por determinados fenómenos físicos, deixando de lado um campo quase infinito de possíveis estímulos (por exemplo, os nossos olhos não captam quer a radiação infravermelha, quer a radiação ultravioleta, ao passo que há seres vivos que o podem fazer, o mesmo se passando com os ultra-sons). É portanto inquestionável que não conhecemos, sensorialmente, a realidade tal como ela é.
Sendo assim, os sentidos parece que nos enganam, pois os dados que nos fornecem acerca da realidade são insuficientes para alcançarmos um conhecimento verdadeiro, ou objectivo, da mesma.
Por isso a Razão permite-nos alcançar conhecimentos que nunca poderíamos alcançar através dos sentidos.
As principais características do senso comum:               
Carácter empírico – o senso comum é um saber que deriva directamente da experiência quotidiana, não necessitando, por isso de uma elaboração racional dos dados recolhidos através dessa experiência.
Carácter acrítico – não necessitando de uma elaboração racional, o senso comum não procede a uma crítica dos seus elementos, é um conhecimento passivo, em que o indivíduo não se interroga sobre os dados da experiência, nem se preocupa com a possibilidade de existirem erros no seu conhecimento da realidade.
Carater assistemático – o senso comum não é estruturado racionalmente, tanto ao nível da sua aquisição, como ao nível da sua construção, não existe um plano ou um projecto racional que lhe dê coerência.
Carater ametódico – o senso comum não tem método, ou seja, é um saber que não segue nenhum conjunto de regras formais. Os indivíduos adquirem-no sem esforço e sem estudo. O senso comum é um saber que nasce da sedimentação casual da experiência captada ao nível da experiência quotidiana ( por isso se diz que o senso comum é sincrético).
Carater aparente ou ilusório – Como não há a preocupação de procurar erros, o senso comum é um conhecimento que se contenta com as aparências, formando por isso, uma representação ilusória, deturpada e falsa, da realidade.
Carater colectivo – O senso comum é um saber partilhado pelos membros de uma comunidade, permitindo que os indivíduos possam cooperar nas tarefas essenciais à vida social.
Carater subjetivo – O senso comum é subjectivo, porque não é objectivo: cada indivíduo vê o mundo à sua maneira, formando as suas opiniões, sem a preocupação de as testar ou de as fundamentar num exame isento e crítico da realidade.
Carater superficial – O senso comum não aprofunda o seu conhecimento da realidade, fica-se pela superfície, não procurando descobrir as causas dos acontecimentos, ou seja, a sua razão de ser que, por sua vez, permitiria explicá-los racionalmente.
Carater particular – o senso comum não é um saber universal, uma vez que se fica pela aquisição de informações muito incompletas sobre a realidade ( por isso também se diz que ele é fragmentário ), não podendo, assim, fazer generalizações fundamentadas.
Carater prático e utilitário – O senso comum nasce da prática quotidiana e está totalmente orientado para o desempenho das tarefas da vida quotidiana, por isso as informações que o compõem são o mais simples e directas possível.
Texto complementar:
"O senso comum é um saber que está presente em todas as sociedades e em todos os indivíduos (todos são dotados de senso comum). Mas o senso comum é plural, variando de sociedade para sociedade e modificando-se com o decorrer dos tempos.
O senso comum, enquanto princípio de sociabilidade, constitui o acordo mínimo exigível para que qualquer sociedade funcione como tal; ele assegura a coesão indispensável para que se possa falar de comunidade e de vida colectiva.
Ele é princípio de equilibração, essencial a toda a sociedade, entre a dimensão do indivíduo e a dimensão do colectivo ou dito de outra forma, da sujeição do indivíduo às normas da vida colectiva.
O senso comum é também o senso tradicional. Costumamos dizer: "sempre foi assim" para justificar um procedimento que nos criticam.
O senso comum transporta e naturaliza um conjunto de convenções implícitas ou intrínsecas ao agir humano colectivamente dimensionado. Neste sentido, ele é conducente ou solidário de uma aceitação que assinala uma passividade inerente e indispensável face às exigências práticas e pragmáticas da vida. Como se adquire o senso comum? Ele é fruto da aprendizagem e educação que espontânea e/ou institucionalmente recebemos enquanto membros de uma comunidade."
Vamos Filosofar???
1 – Em sua opinião, lendo esse texto, o que corresponde a verdade dos fatos apresentados? Justifique.
2 – O texto fala de senso comum. Localize uma passagem que justifique essa verdade ou mentira e explique-a a luz da sua realidade social.
3 - Você concorda com os argumentos expostos no presente texto? Justifique sua resposta.
4 - O que o texto critica? E qual a principal razão que o texto se vale para fazer essa crítica?
5 – Elabore uma apreciação crítica sobre o texto, refutando ou concordando com o mesmo.
6 – Segundo o autor, dentro do tema enfocado, qual a questão central ?
7 – A luz do texto; Que compromisso precisamos assumir no ambiente em que vivemos ou atuamos para mudar esta realidade?






Filosofar é Pensar e Repensar a Realidade, em vista da sua Transformação!
Vamos Filosofar?




ESCOLA ESTADUAL PROFESSORA DEUZUITA PEREIRA DE QUEIROZ
DISCIPLINA : FILOSOFIA / ESTUDO DIRIGIDO/QUARTO BIMESTRE 2012
PROFESSOR: SÉRGIO RICARDO
ESTUDO DIRIGIDO 2º ANOS NOTURNO
OBSERVAÇÕES INICIAIS:
 a) Leia os textos todos.
 b) Procure entendê-los antes de responder qualquer pergunta.
 c) Se alguma frase ou idéia não ficou clara, releia o texto.
 d) Só então procure responder ou refletir em cima do texto.
Turno _________________________
Turma_________________________
NOME: ______________________________________________________________


TEXTO 01 - Se os tubarões fossem homens
            'Se os tubarões fossem homens', perguntou ao senhor K. a filha da sua senhoria, 'eles seriam mais amáveis com os peixinhos?' 'Certamente', disse ele. Se os tubarões fossem homens, construiriam no mar grandes gaiolas para os peixes pequeno, com todo tipo de alimento. Cuidariam para que as gaiolas tivessem sempre água fresca. Se, por exemplo, um peixinho ferisse a barbatana, então lhe fariam imediatamente um curativo, para que ele não lhes morresse antes do tempo. Para que os peixinhos não ficassem melancólicos, haveria grandes festas aquáticas de vez em quando, pois os peixinhos alegres têm melhor sabor do que os tristes. Haveria escolas nas gaiolas. Nessas escolas os peixinhos aprenderiam como nadar para as goelas dos tubarões. Precisariam saber geografia, por exemplo, para localizar os grande tubarões que vagueiam descansadamente pelo mar. O mais importante seria a formação moral dos peixinhos, eles seriam informados de que nada existe de mais belo e mais sublime do que um peixinho que acreditasse nos tubarões, sobretudo quando dissessem que cuidam de sua felicidade futura. Os peixinhos sabem que esse futuro só estaria assegurado se estudassem docilmente. Acima de tudo, os peixinhos deveriam evitar inclinações diferentes que o normal e avisar imediatamente os tubarões, se um dentre eles mostrassem tais tendências. Se os tubarões fossem homens, naturalmente fariam guerras entre si, para conquistar gaiolas e peixinhos estrangeiros. Nessas guerras eles fariam lutar os peixinhos, e lhes ensinariam que há uma enorme diferença entre eles e os peixinhos dos outros tubarões. Os peixinhos, eles iriam proclamar, são notoriamente mudos, mas silenciam em outra língua, e por isso não podem se entender. Cada peixinho que na guerra matassem alguns outros inimigos, ele seria condecorado com uma pequena medalha e receberia o título de herói. Se os tubarões fossem homens, haveria também artes entre eles, haveria quadros belos representando os dentes dos tubarões em cores soberbas, e suas goelas como jardins onde se brinca deliciosamente. Os teatros do fundo do mar mostrariam valorosos peixinhos nadando com entusiasmo para as gargantas dos tubarões, e a música seria tão bela que todos os peixinhos, com a orquestra na frente, sonhando, embalados nos pensamentos mais doces, se precipitariam nas gargantas dos tubarões. Também não faltaria uma religião se os tubarões fossem homens, ela ensinaria que a verdadeira vida dos peixinhos começa apenas na barriga dos tubarões. Além disso, acabaria a idéia de que os peixinhos são iguais entre si. Alguns deles se tornariam funcionários e seriam colocados acima dos outros. Aqueles ligeiramente maiores poderiam inclusive comer os menores. Isto seria agradável para os tubarões, pois eles teriam, com maior frequência bocados maiores para comer. E os peixinhos maiores, detentores de cargos, cuidariam da ordem entre peixinhos, tornando-se construtores de gaiolas. Em suma, haveria uma civilização no mar, se os tubarões fossem homens.
BRECHET, Berlolt. História do Sr. Keuner. São Paulo: Brasilense, 1982.

Agora responda:
 1-Quem são os peixinhos e os tubarões nesta alegoria1?
2-Por que os tubarões promovem festas?
3-Qual o significado de os peixinhos serem mudos?
4-Que tipo de religião o autor indica no texto?
5- Existe alguma semelhança entre as escolas dos peixinhos e as nossas? Justifique sua resposta

1Alegoria = 1. Exposição de um pensamento sob forma figurada;2 Ficção que representa uma coisa para dar ideia de outra;3. Obra artística que representa uma ideia abstrata mediante formas que a tornam compreensível.

TEXTO 02 - Cenários da Política no Brasil
Leia o texto do pensador Rubens Alves, escrito no jornal Folha de São Paulo, com atenção:

Os “Ratos” e os “Queijos”
          “ANTIGAMENTE, lá em Minas, a política era coisa séria. Havia dois partidos com nome registrado, programa de governo e tudo mais. Mas não era isso que entusiasmava os eleitores. Eles não sabiam direito o nome do seu partido nem se interessavam pelo programa de governo. O que fazia o sangue ferver era o nome do bicho e correlatos por que seu partido era conhecido.
          Em Lavras, os partidos eram os “Gaviões” e as “Rolinhas”. Em Dores da Boa Esperança, onde nasci, eram os “Ratos” e os “Queijos”. Os nomes diziam tudo. Ratos querem mesmo é comer o queijo. E o queijo quer mesmo é se colocar de isca na ratoeira para pegar o rato.
          (…) Como já disse, os eleitores nada sabiam dos programas de governo nem prestavam atenção nas promessas que eram feitas pelos chefões. Sua relação com seus partidos não era ideológica. Nada tinha a ver com a inteligência. Eles já sabiam que política não se faz com razão. Ganha não é quem tem razão. Ganha quem provoca paixão. O entusiasmo que tomava conta deles era igualzinho ao entusiasmo que toma conta do torcedor no campo. (…) Naqueles tempos o entusiasmo não vinha nem da ideologia nem do caráter dos coronéis. O que fazia o sangue ferver era o símbolo: “Eu sou Rato”, Eu sou Queijo”.
          Corria o boato de que coronel Sigismundo, fazendeiro, chefe dos "Ratos", usava jagunços para matar seus desafetos. Não surtia efeito. Era mentira deslavada dos "Queijos". Corria o boato de que o doutor Alberto, médico rico, chefe dos "Queijos", praticava a agiotagem. Mentira deslavada dos "Ratos". Os chefões, na cabeça dos eleitores, eram semideuses, padrinhos, sempre inocentes. O que dava o entusiasmo era o campeonato. Quem ganharia? Os "Ratos" ou os "Queijos"? Quem ganhasse a eleição seria o campeão, dono do poder, nomeações dos afilhados, até a próxima...
          Mais de oitenta anos se passaram. Os nomes são outros. Mas nada mudou. Política é a mesma paixão pelo futebol decidindo o destino do país. Os torcedores se preparam para a finalíssima entre os “Ratos” e os “Queijos”. É como era na cidadezinha de Dores da Boa Esperança, onde nasci 73 anos atrás....
ALVES, Rubem. Os “Ratos” e os “Queijos”… Folha de São Paulo, 19 de set. 2006 apud TOMAZI, N. Dacio. Sociologia para o Ensino Médio. Atual Editora São Paulo, 2007
Agora responda:
1- É possível comparar a política do interior de Minas Gerais de tempos atrás com o que acontece no Brasil de hoje? Por quê?
2- O autor afirma que nada mudou nos últimos 80 anos. Será que os partidos, o sistema eleitoral, as disputas e o cenário político permanecem semelhantes? O que mudou e o que não mudou durante esse período? Procure exemplos.
3- O que o autor do texto quer dizer ao comparar política com futebol ?
4- Explique essa citação do texto, levando em conta o que vimos sobre Política. “(...) Ratos querem mesmo é comer o queijo. E o queijo quer mesmo é se colocar de isca na ratoeira para pegar o rato”.

TEXTO 03  –  A indiferença Política
Para filosofar. Ed: Scipione In: Cidadania e Política. 2002

        O desinteresse da maioria dos indivíduos pelos assuntos públicos é um dos grandes problemas políticos nas sociedades modernas. Os indivíduos são levados ao isolamento pelo predomínio de valores individualistas e de interesses estritamente particulares, assim como pela submissão às leis do mercado e do consumo. Nesse contexto, perde-se o sentido do que é comunitário e não se percebe a importância da participação na vida coletiva. O bem público deixa de ser entendido como o bem produzido por todos para toda a sociedade; aparece como um bem que não pertence a ninguém e, por isso, pode ser depredado ou apropriado por qualquer um. Além disso, as formas de delegação do poder e a formação de um comportamento social unificado pela atuação dos meios de comunicação de massa contribuem para que a indiferença política se instale. Além dos que não participam por desconhecer o seu papel no processo político, há os indiferentes conscientes, aqueles que compreendem a situação, mas não toma partido e encaram a vida política com ceticismo.
        Em ambos os casos, a indiferença e a consequênte passividade desempenham um papel desagregador na política. Os indivíduos cuidam de suas atividades pessoais e deixam as decisões políticas nas mãos de pequenos grupos que, movidos por ambições e paixões particulares, traçam os destinos de um povo.
        Da indiferença dos indivíduos pode nascer a politica autoritária, a corrupção e todas as formas de desmandos. A falta de transparência na política, a ausência de controle e de cobrança da sua atuação ocorrem, em grande parte, porque muitos se omitem, tornam-se apáticos, renunciam à possibilidade de criar alternativas de intervir na política.
        Quando os males acontecem, os indiferentes eximem-se da responsabilidade, porque não participaram ativamente na construção dos fatos. Esquecem-se de que a ausência e a omissão também são formas de participação. De qualquer forma, todos estão implicados.

Agora responda:
1 - Em geral, a quem as pessoas atribuem a responsabilidade política na sociedade?
2 - Como se explica que grande parte da sociedade aceite passivamente a existência e a manutenção de privilégios?
3 - O que pode gerar a inconsciência política e a consequênte indiferença dos indivíduos pelas questões políticas?
4 - Explique porque a omissão política é uma forma de participação.
5 -Qual a importância da participação política?

TEXTO O4 - Indiferentes
        Odeio os indiferentes. Como Friederich Hebbel acredito que "viver significa tomar partido". Não podem existir os apenas homens, estranhos à cidade. Quem verdadeiramente vive não pode deixar de ser cidadão, e partidário. Indiferença é abulia, parasitismo, covardia, não é vida. Por isso odeio os indiferentes.
        A indiferença é o peso morto da história. É a bala de chumbo para o inovador, é a matéria inerte em que se afogam freqüentemente os entusiasmos mais esplendorosos, é o fosso que circunda a velha cidade e a defende melhor do que as mais sólidas muralhas, melhor do que o peito dos seus guerreiros, porque engole nos seus sorvedouros de lama os assaltantes, os dizima e desencoraja e às vezes, os leva a desistir de gesta heróica.
        A indiferença atua poderosamente na história. Atua passivamente, mas atua. É a fatalidade; e aquilo com que não se pode contar; é aquilo que confunde os programas, que destrói os planos mesmo os mais bem construídos; é a matéria bruta que se revolta contra a inteligência e a sufoca. O que acontece, o mal que se abate sobre todos, o possível bem que um ato heróico (de valor universal) pode gerar, não se fica a dever tanto à iniciativa dos poucos que atuam quanto à indiferença, ao absentismo dos outros que são muitos. O que acontece, não acontece tanto porque alguns querem que aconteça quanto porque a massa dos homens abdica da sua vontade, deixa fazer, deixa enrolar os nós que, depois, só a espada pode desfazer, deixa promulgar leis que depois só a revolta fará anular, deixa subir ao poder homens que, depois, só uma sublevação poderá derrubar. A fatalidade, que parece dominar a história, não é mais do que a aparência ilusória desta indiferença, deste absentismo. Há fatos que amadurecem na sombra, porque poucas mãos, sem qualquer controle a vigiá-las, tecem a teia da vida coletiva, e a massa não sabe, porque não se preocupa com isso. Os destinos de uma época são manipulados de acordo com visões limitadas e com fins imediatos, de acordo com ambições e paixões pessoais de pequenos grupos ativos, e a massa dos homens não se preocupa com isso. Mas os fatos que amadureceram vêm à superfície; o tecido feito na sombra chega ao seu fim, e então parece ser a fatalidade a arrastar tudo e todos, parece que a história não é mais do que um gigantesco fenômeno natural, uma erupção, um terremoto, de que são todos vítimas, o que quis e o que não quis, quem sabia e quem não sabia, quem se mostrou ativo e quem foi indiferente. Estes então zangam-se, queriam eximir-se às conseqüências, quereriam que se visse que não deram o seu aval, que não são responsáveis. Alguns choramingam piedosamente, outros blasfemam obscenamente, mas nenhum ou poucos põem esta questão: se eu tivesse também cumprido o meu dever, se tivesse procurado fazer valer a minha vontade, o meu parecer, teria sucedido o que sucedeu? Mas nenhum ou poucos atribuem à sua indiferença, ao seu cepticismo, ao fato de não ter dado o seu braço e a sua atividade àqueles grupos de cidadãos que, precisamente para evitarem esse mal combatiam (com o propósito) de procurar o tal bem (que) pretendiam. (…)
        Odeio os indiferentes também, porque me provocam tédio as suas lamúrias de eternos inocentes. Peço contas a todos eles pela maneira como cumpriram a tarefa que a vida lhes impôs e impõe quotidianamente, do que fizeram e sobretudo do que não fizeram. E sinto que posso ser inexorável, que não devo desperdiçar a minha compaixão, que não posso repartir com eles as minhas lágrimas. (…).
        Vivo, sou militante. Por isso odeio quem não toma partido, odeio os indiferentes.
Comente os trechos de Gramsci:
A) “ Indiferença é abulia, parasitismo, covardia, não é vida”
B) “A indiferença atua poderosamente na história. Atua passivamente, mas atua.”
De que modo a indiferença política pode ser uma das causas de políticas autoritárias e inescrupulosas?

TEXTO 05 - O Analfabeto Político

pior analfabeto
É o analfabeto político,
Ele não ouve, não fala,
nem participa dos acontecimentos políticos.

Ele não sabe que o custo de vida,
o preço do feijão, do peixe, da farinha,
do aluguel, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.

O analfabeto político
é tão burro que se orgulha
e estufa o peito dizendo
que odeia a política.

Não sabe o imbecil que,
da sua ignorância política
nasce a prostituta, o menor abandonado,
e o pior de todos os bandidos,
que é o político vigarista,
pilantra, corrupto e o lacaio
das empresas nacionais e multinacionais.

(Berthold Brecht) www.planetaeducacao.com.br/novo/artigo.asp?artigo=493

1) A ideia principal do texto acima é:
A) Mostrar a falta do voto de um analfabeto
B) Mostrar que ser analfabeto político é sinônimo de ignorância e indiferença política
C) Mostrar que analfabetismo em política é sinônimo de não gostar de política
D) Mostrar que ser analfabeto político é sinônimo de pobreza, pilantragem e corrupção
2) O dramaturgo alemão Bertholt Brecht (1898-1956) descreve em poucas palavras o analfabeto político e as consequências de sua postura. Dê exemplos de situações e atitudes que possam caracterizar o “analfabetismo” político.
3) É possível viver em sociedade sem nenhum tipo de participação política? Explique sua resposta 
4) Cite possíveis formas de participação política além do ato de votar ou ser votado.

OBS: Entregar este estudo dirigido no dia da prova do quarto !!! Impreterivelmente!





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