E.E.E.M Professora Deuzuíta
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Disciplina: Filosofia
Professor: Sérgio Ricardo
a) Leia o texto todo e procure entendê-lo antes de
responder qualquer pergunta.
b) Se alguma frase ou idéia não ficou clara,
releia o texto.
c) Só então procure responder ou refletir em
cima do texto.
Vale tudo por
dinheiro
De tanto noticiarem crimes
hediondos de latrocínio e seqüestros, nossos jornais parecem estar escritos com
o sangue das vítimas e dão a impressão de que voltamos à mais absurda barbárie,
se é que alguma vez estivemos livres dela. São assassinatos, latrocínios,
seqüestros e tantos outros, diante dos quais a polícia se sente impotente,
quando ela mesma não é conivente e até participante. E os protagonistas de
tanta criminalidade pertencem a todas as classes sociais, econômicas e
culturais. Fazem parte de todas as profissões e não conhecem limite de idade.
Trata-se de uma verdadeira "globalização" do crime.
As prisões para tantos
malfeitores não só são insuficientes, mas se tornaram verdadeiras universidades
do crime, onde os criminosos mutuamente trocam suas experiências e aperfeiçoam
seus métodos. Todo mundo está preocupado com a situação e busca, em vão, o
remédio para combatê-la. Uns propõem ações punitivas mais duras, outros, com
melhor aparelhamento e eficiência dos encarregados da segurança. Há os que
buscam as causas na situação sócio-econômica e nos problemas de ordem psíquica.
Tudo Isso pode ajudar a
minorar os efeitos, mas não combatem a causa. E são muitas vezes uma maneira de
absolver a própria sociedade da sua parte de responsabilidade na situação.
Tais criminosos são detestáveis e suas ações
hediondas. No entanto, temos que confessar que eles agem dentro de uma lógica -
diabólica, sim mas real. Erram, mas erram de acordo com um princípio que a
maioria admite, contanto que não lhes traga problemas. Refiro-me à norma de
pensar e agir que grande parte admite - consciente ou inconscientemente - e que
deu o nome a um quadro de televisão: "Vale tudo por dinheiro".
Adotado esse princípio, tudo
é válido, desde que proporcione dinheiro e vale tanto mais, quanto mais
dinheiro se conseguir. Nesse sentido se compreende a lógica do assaltante de
banco, do seqüestrador, do ladrão, das "máfias" do orçamento, das
vendas de carteiras de motorista, das propinas, dos assassinatos por encomenda
e de tudo o mais.
As conseqüências vão muito
além desses crimes que chocam pela sua barbaridade. Por causa dele, tudo - mas
tudo mesmo - se vende por dinheiro. Desde o voto e a consciência na atividade
legislativa e judiciária, a privilégios na área do executivo. Diante dele,
todos os verdadeiros valores humanos não relativizados: Verdade, consciência,
amor. e a própria dignidade pessoal, que não se mede mais pelo que se é, mas
pelo que se tem ou pretende ter.
Só há um meio
verdadeiramente eficiente de debelar toda essa onda de decadência moral que
está na raiz de tanta criminalidade. É a própria sociedade, em todos os níveis
- dirigentes e povo - tomar consciência de sua própria responsabilidade e fazer
um esforço coletivo, constante e intenso na formação da consciência de crianças
e jovens sobre os verdadeiros valores humanos e cristãos que devem orientar a
vida particular, familiar, profissional e pública.
Mas isso não se faz apenas
com belos conselhos. A atuação dos adultos é decisiva no desenvolvimento dos
critérios que nortearão a vida das futuras gerações. É no modo de agir de seus
pais, professores e líderes que os jovens de hoje aprenderão a ser os homens e
mulheres de amanhã. Se aqueles continuarem a ensinar, pelo seu modo de ser e de
agir, que o dinheiro é o supremo valor, não haverá medidas preventivas ou
curativas que impeçam o agravamento da situação.
Lamentemos o quadro pintado
de sangue que os jornais nos apresentam. Punamos os criminosos. Procuremos
reforçar os diques que asseguram o bem estar da sociedade. Mas sejamos lógicos
e sinceros: Reconheçamos a nossa parte de responsabilidade. A sociedade
deu aos criminosos um princípio. Eles - sem os inocentar - apenas tiraram as
conseqüências desse princípio que muitos - consciente ou inconscientemente -
lhes ensinamos: "Vale tudo por dinheiro".
Questões:
1 – Em sua opinião, lendo esse texto, o que
corresponde a verdade dos fatos apresentados? Justifique.
2 – O texto fala da decadência moral que está na
raiz da criminalidade. Localize uma passagem que justifique essa decadência e
explique-a a luz da sua realidade social.
3 - Você concorda com os argumentos expostos no
presente texto? Justifique sua resposta.
4 - O que o texto critica? E qual a principal razão
que o texto se vale para fazer essa crítica?
5 – Elabore uma apreciação crítica sobre o texto,
refutando ou concordando com o mesmo.
6 – Segundo
o autor, dentro do tema enfocado, qual a questão central ?
7 – A luz do texto; Que
compromisso precisamos assumir no ambiente em que vivemos ou atuamos para mudar
esta realidade?