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sábado, 24 de novembro de 2012


ESCOLA ESTADUAL PROFESSORA DEUZUITA PEREIRA DE QUEIROZ
DISCIPLINA : FILOSOFIA / ESTUDO DIRIGIDO/QUARTO BIMESTRE 2012
PROFESSOR: SÉRGIO RICARDO
ESTUDO DIRIGIDO 2º ANOS NOTURNO
OBSERVAÇÕES INICIAIS:
 a) Leia os textos todos.
 b) Procure entendê-los antes de responder qualquer pergunta.
 c) Se alguma frase ou idéia não ficou clara, releia o texto.
 d) Só então procure responder ou refletir em cima do texto.
Turno _________________________
Turma_________________________
NOME: ______________________________________________________________


TEXTO 01 - Se os tubarões fossem homens
            'Se os tubarões fossem homens', perguntou ao senhor K. a filha da sua senhoria, 'eles seriam mais amáveis com os peixinhos?' 'Certamente', disse ele. Se os tubarões fossem homens, construiriam no mar grandes gaiolas para os peixes pequeno, com todo tipo de alimento. Cuidariam para que as gaiolas tivessem sempre água fresca. Se, por exemplo, um peixinho ferisse a barbatana, então lhe fariam imediatamente um curativo, para que ele não lhes morresse antes do tempo. Para que os peixinhos não ficassem melancólicos, haveria grandes festas aquáticas de vez em quando, pois os peixinhos alegres têm melhor sabor do que os tristes. Haveria escolas nas gaiolas. Nessas escolas os peixinhos aprenderiam como nadar para as goelas dos tubarões. Precisariam saber geografia, por exemplo, para localizar os grande tubarões que vagueiam descansadamente pelo mar. O mais importante seria a formação moral dos peixinhos, eles seriam informados de que nada existe de mais belo e mais sublime do que um peixinho que acreditasse nos tubarões, sobretudo quando dissessem que cuidam de sua felicidade futura. Os peixinhos sabem que esse futuro só estaria assegurado se estudassem docilmente. Acima de tudo, os peixinhos deveriam evitar inclinações diferentes que o normal e avisar imediatamente os tubarões, se um dentre eles mostrassem tais tendências. Se os tubarões fossem homens, naturalmente fariam guerras entre si, para conquistar gaiolas e peixinhos estrangeiros. Nessas guerras eles fariam lutar os peixinhos, e lhes ensinariam que há uma enorme diferença entre eles e os peixinhos dos outros tubarões. Os peixinhos, eles iriam proclamar, são notoriamente mudos, mas silenciam em outra língua, e por isso não podem se entender. Cada peixinho que na guerra matassem alguns outros inimigos, ele seria condecorado com uma pequena medalha e receberia o título de herói. Se os tubarões fossem homens, haveria também artes entre eles, haveria quadros belos representando os dentes dos tubarões em cores soberbas, e suas goelas como jardins onde se brinca deliciosamente. Os teatros do fundo do mar mostrariam valorosos peixinhos nadando com entusiasmo para as gargantas dos tubarões, e a música seria tão bela que todos os peixinhos, com a orquestra na frente, sonhando, embalados nos pensamentos mais doces, se precipitariam nas gargantas dos tubarões. Também não faltaria uma religião se os tubarões fossem homens, ela ensinaria que a verdadeira vida dos peixinhos começa apenas na barriga dos tubarões. Além disso, acabaria a idéia de que os peixinhos são iguais entre si. Alguns deles se tornariam funcionários e seriam colocados acima dos outros. Aqueles ligeiramente maiores poderiam inclusive comer os menores. Isto seria agradável para os tubarões, pois eles teriam, com maior frequência bocados maiores para comer. E os peixinhos maiores, detentores de cargos, cuidariam da ordem entre peixinhos, tornando-se construtores de gaiolas. Em suma, haveria uma civilização no mar, se os tubarões fossem homens.
BRECHET, Berlolt. História do Sr. Keuner. São Paulo: Brasilense, 1982.

Agora responda:
 1-Quem são os peixinhos e os tubarões nesta alegoria1?
2-Por que os tubarões promovem festas?
3-Qual o significado de os peixinhos serem mudos?
4-Que tipo de religião o autor indica no texto?
5- Existe alguma semelhança entre as escolas dos peixinhos e as nossas? Justifique sua resposta

1Alegoria = 1. Exposição de um pensamento sob forma figurada;2 Ficção que representa uma coisa para dar ideia de outra;3. Obra artística que representa uma ideia abstrata mediante formas que a tornam compreensível.

TEXTO 02 - Cenários da Política no Brasil
Leia o texto do pensador Rubens Alves, escrito no jornal Folha de São Paulo, com atenção:

Os “Ratos” e os “Queijos”
          “ANTIGAMENTE, lá em Minas, a política era coisa séria. Havia dois partidos com nome registrado, programa de governo e tudo mais. Mas não era isso que entusiasmava os eleitores. Eles não sabiam direito o nome do seu partido nem se interessavam pelo programa de governo. O que fazia o sangue ferver era o nome do bicho e correlatos por que seu partido era conhecido.
          Em Lavras, os partidos eram os “Gaviões” e as “Rolinhas”. Em Dores da Boa Esperança, onde nasci, eram os “Ratos” e os “Queijos”. Os nomes diziam tudo. Ratos querem mesmo é comer o queijo. E o queijo quer mesmo é se colocar de isca na ratoeira para pegar o rato.
          (…) Como já disse, os eleitores nada sabiam dos programas de governo nem prestavam atenção nas promessas que eram feitas pelos chefões. Sua relação com seus partidos não era ideológica. Nada tinha a ver com a inteligência. Eles já sabiam que política não se faz com razão. Ganha não é quem tem razão. Ganha quem provoca paixão. O entusiasmo que tomava conta deles era igualzinho ao entusiasmo que toma conta do torcedor no campo. (…) Naqueles tempos o entusiasmo não vinha nem da ideologia nem do caráter dos coronéis. O que fazia o sangue ferver era o símbolo: “Eu sou Rato”, Eu sou Queijo”.
          Corria o boato de que coronel Sigismundo, fazendeiro, chefe dos "Ratos", usava jagunços para matar seus desafetos. Não surtia efeito. Era mentira deslavada dos "Queijos". Corria o boato de que o doutor Alberto, médico rico, chefe dos "Queijos", praticava a agiotagem. Mentira deslavada dos "Ratos". Os chefões, na cabeça dos eleitores, eram semideuses, padrinhos, sempre inocentes. O que dava o entusiasmo era o campeonato. Quem ganharia? Os "Ratos" ou os "Queijos"? Quem ganhasse a eleição seria o campeão, dono do poder, nomeações dos afilhados, até a próxima...
          Mais de oitenta anos se passaram. Os nomes são outros. Mas nada mudou. Política é a mesma paixão pelo futebol decidindo o destino do país. Os torcedores se preparam para a finalíssima entre os “Ratos” e os “Queijos”. É como era na cidadezinha de Dores da Boa Esperança, onde nasci 73 anos atrás....
ALVES, Rubem. Os “Ratos” e os “Queijos”… Folha de São Paulo, 19 de set. 2006 apud TOMAZI, N. Dacio. Sociologia para o Ensino Médio. Atual Editora São Paulo, 2007
Agora responda:
1- É possível comparar a política do interior de Minas Gerais de tempos atrás com o que acontece no Brasil de hoje? Por quê?
2- O autor afirma que nada mudou nos últimos 80 anos. Será que os partidos, o sistema eleitoral, as disputas e o cenário político permanecem semelhantes? O que mudou e o que não mudou durante esse período? Procure exemplos.
3- O que o autor do texto quer dizer ao comparar política com futebol ?
4- Explique essa citação do texto, levando em conta o que vimos sobre Política. “(...) Ratos querem mesmo é comer o queijo. E o queijo quer mesmo é se colocar de isca na ratoeira para pegar o rato”.

TEXTO 03  –  A indiferença Política
Para filosofar. Ed: Scipione In: Cidadania e Política. 2002

        O desinteresse da maioria dos indivíduos pelos assuntos públicos é um dos grandes problemas políticos nas sociedades modernas. Os indivíduos são levados ao isolamento pelo predomínio de valores individualistas e de interesses estritamente particulares, assim como pela submissão às leis do mercado e do consumo. Nesse contexto, perde-se o sentido do que é comunitário e não se percebe a importância da participação na vida coletiva. O bem público deixa de ser entendido como o bem produzido por todos para toda a sociedade; aparece como um bem que não pertence a ninguém e, por isso, pode ser depredado ou apropriado por qualquer um. Além disso, as formas de delegação do poder e a formação de um comportamento social unificado pela atuação dos meios de comunicação de massa contribuem para que a indiferença política se instale. Além dos que não participam por desconhecer o seu papel no processo político, há os indiferentes conscientes, aqueles que compreendem a situação, mas não toma partido e encaram a vida política com ceticismo.
        Em ambos os casos, a indiferença e a consequênte passividade desempenham um papel desagregador na política. Os indivíduos cuidam de suas atividades pessoais e deixam as decisões políticas nas mãos de pequenos grupos que, movidos por ambições e paixões particulares, traçam os destinos de um povo.
        Da indiferença dos indivíduos pode nascer a politica autoritária, a corrupção e todas as formas de desmandos. A falta de transparência na política, a ausência de controle e de cobrança da sua atuação ocorrem, em grande parte, porque muitos se omitem, tornam-se apáticos, renunciam à possibilidade de criar alternativas de intervir na política.
        Quando os males acontecem, os indiferentes eximem-se da responsabilidade, porque não participaram ativamente na construção dos fatos. Esquecem-se de que a ausência e a omissão também são formas de participação. De qualquer forma, todos estão implicados.

Agora responda:
1 - Em geral, a quem as pessoas atribuem a responsabilidade política na sociedade?
2 - Como se explica que grande parte da sociedade aceite passivamente a existência e a manutenção de privilégios?
3 - O que pode gerar a inconsciência política e a consequênte indiferença dos indivíduos pelas questões políticas?
4 - Explique porque a omissão política é uma forma de participação.
5 -Qual a importância da participação política?

TEXTO O4 - Indiferentes
        Odeio os indiferentes. Como Friederich Hebbel acredito que "viver significa tomar partido". Não podem existir os apenas homens, estranhos à cidade. Quem verdadeiramente vive não pode deixar de ser cidadão, e partidário. Indiferença é abulia, parasitismo, covardia, não é vida. Por isso odeio os indiferentes.
        A indiferença é o peso morto da história. É a bala de chumbo para o inovador, é a matéria inerte em que se afogam freqüentemente os entusiasmos mais esplendorosos, é o fosso que circunda a velha cidade e a defende melhor do que as mais sólidas muralhas, melhor do que o peito dos seus guerreiros, porque engole nos seus sorvedouros de lama os assaltantes, os dizima e desencoraja e às vezes, os leva a desistir de gesta heróica.
        A indiferença atua poderosamente na história. Atua passivamente, mas atua. É a fatalidade; e aquilo com que não se pode contar; é aquilo que confunde os programas, que destrói os planos mesmo os mais bem construídos; é a matéria bruta que se revolta contra a inteligência e a sufoca. O que acontece, o mal que se abate sobre todos, o possível bem que um ato heróico (de valor universal) pode gerar, não se fica a dever tanto à iniciativa dos poucos que atuam quanto à indiferença, ao absentismo dos outros que são muitos. O que acontece, não acontece tanto porque alguns querem que aconteça quanto porque a massa dos homens abdica da sua vontade, deixa fazer, deixa enrolar os nós que, depois, só a espada pode desfazer, deixa promulgar leis que depois só a revolta fará anular, deixa subir ao poder homens que, depois, só uma sublevação poderá derrubar. A fatalidade, que parece dominar a história, não é mais do que a aparência ilusória desta indiferença, deste absentismo. Há fatos que amadurecem na sombra, porque poucas mãos, sem qualquer controle a vigiá-las, tecem a teia da vida coletiva, e a massa não sabe, porque não se preocupa com isso. Os destinos de uma época são manipulados de acordo com visões limitadas e com fins imediatos, de acordo com ambições e paixões pessoais de pequenos grupos ativos, e a massa dos homens não se preocupa com isso. Mas os fatos que amadureceram vêm à superfície; o tecido feito na sombra chega ao seu fim, e então parece ser a fatalidade a arrastar tudo e todos, parece que a história não é mais do que um gigantesco fenômeno natural, uma erupção, um terremoto, de que são todos vítimas, o que quis e o que não quis, quem sabia e quem não sabia, quem se mostrou ativo e quem foi indiferente. Estes então zangam-se, queriam eximir-se às conseqüências, quereriam que se visse que não deram o seu aval, que não são responsáveis. Alguns choramingam piedosamente, outros blasfemam obscenamente, mas nenhum ou poucos põem esta questão: se eu tivesse também cumprido o meu dever, se tivesse procurado fazer valer a minha vontade, o meu parecer, teria sucedido o que sucedeu? Mas nenhum ou poucos atribuem à sua indiferença, ao seu cepticismo, ao fato de não ter dado o seu braço e a sua atividade àqueles grupos de cidadãos que, precisamente para evitarem esse mal combatiam (com o propósito) de procurar o tal bem (que) pretendiam. (…)
        Odeio os indiferentes também, porque me provocam tédio as suas lamúrias de eternos inocentes. Peço contas a todos eles pela maneira como cumpriram a tarefa que a vida lhes impôs e impõe quotidianamente, do que fizeram e sobretudo do que não fizeram. E sinto que posso ser inexorável, que não devo desperdiçar a minha compaixão, que não posso repartir com eles as minhas lágrimas. (…).
        Vivo, sou militante. Por isso odeio quem não toma partido, odeio os indiferentes.
Comente os trechos de Gramsci:
A) “ Indiferença é abulia, parasitismo, covardia, não é vida”
B) “A indiferença atua poderosamente na história. Atua passivamente, mas atua.”
De que modo a indiferença política pode ser uma das causas de políticas autoritárias e inescrupulosas?

TEXTO 05 - O Analfabeto Político

pior analfabeto
É o analfabeto político,
Ele não ouve, não fala,
nem participa dos acontecimentos políticos.

Ele não sabe que o custo de vida,
o preço do feijão, do peixe, da farinha,
do aluguel, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.

O analfabeto político
é tão burro que se orgulha
e estufa o peito dizendo
que odeia a política.

Não sabe o imbecil que,
da sua ignorância política
nasce a prostituta, o menor abandonado,
e o pior de todos os bandidos,
que é o político vigarista,
pilantra, corrupto e o lacaio
das empresas nacionais e multinacionais.

(Berthold Brecht) www.planetaeducacao.com.br/novo/artigo.asp?artigo=493

1) A ideia principal do texto acima é:
A) Mostrar a falta do voto de um analfabeto
B) Mostrar que ser analfabeto político é sinônimo de ignorância e indiferença política
C) Mostrar que analfabetismo em política é sinônimo de não gostar de política
D) Mostrar que ser analfabeto político é sinônimo de pobreza, pilantragem e corrupção
2) O dramaturgo alemão Bertholt Brecht (1898-1956) descreve em poucas palavras o analfabeto político e as consequências de sua postura. Dê exemplos de situações e atitudes que possam caracterizar o “analfabetismo” político.
3) É possível viver em sociedade sem nenhum tipo de participação política? Explique sua resposta 
4) Cite possíveis formas de participação política além do ato de votar ou ser votado.

OBS: Entregar este estudo dirigido no dia da prova do quarto !!! Impreterivelmente!





Filosofar é Pensar e Repensar a Realidade, em vista da sua Transformação!
Vamos Filosofar?

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