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segunda-feira, 16 de março de 2015

Texto para os alunos dos terceiros anos noturno - Escola Deuzuíta - 2015

Introdução

Ciência - substantivo feminino
- conhecimento atento e aprofundado de algo.
- corpo de conhecimentos sistematizados adquiridos via observação, identificação, pesquisa e explicação de determinadas categorias de fenômenos e fatos, e formulados metódica e racionalmente.

Ciência, portanto, pode ser definida como o conjunto de conhecimentos baseados na reflexão, na observação e na experimentação. Dessa forma, teorias podem ser criadas, aperfeiçoadas, ou até abandonadas, para que a quantidade e a qualidade dos conhecimentos sejam ampliadas.
- Assim, as teorias de todos os ramos do conhecimento - Matemática, Biologia, Lingüística, Arqueologia, Física etc. - podem e devem ser constantemente contestadas, examinadas, experimentadas, legitimadas ou substituídas.
- A ciência é, então, o ato de refletir e de se relacionar com o mundo, e isso qualquer pessoa pode fazer.
Refletindo, experimentando e organizando, o homem constrói e transmite conhecimentos. A ciência desenvolvida nos laboratórios é apenas uma das maneiras de se "fazer ciência".
Para construir conhecimentos, é necessário pesquisar, refletir, observar, experimentar e validar ou refutar as teorias.

1 - O que é Ciência:
Ciência é uma palavra que deriva do termo latino "scientia" cujo significado era conhecimento ou saber. Atualmente se designa por ciência todo o conhecimento adquirido através do estudo ou da prática, baseado em princípios certos.
A ciência, em geral, comporta vários conjuntos de saberes, nos quais são elaboradas as suas teorias baseadas nos seus próprios métodos científicos.
A metodologia é essencial na ciência, assim como a ausência de preconceitos e juízos de valor.
A ciência tem evoluído ao longo dos séculos. Galileu Galilei é considerado o pai da ciência moderna.

1.1 - Ciência e tecnologia
A ciência está intimamente ligada com a área da tecnologia, porque os grandes avanços da ciência, hoje em dia, são alcançados através do desenvolvimento de novas tecnologias e do desenvolvimento de tecnologias já existentes.
1.2 - Ciências sociais
Estudam o comportamento humano, as relações humanas e o seu desenvolvimento em sociedade. Nelas estão incluídas áreas como a Antropologia, o Direito, a História, a Psicologia, a Sociologia, a Filosofia Social, a Economia Social, a Política Social, o Direito Social. As ciências sociais estudam as normas de convivência do homem e dos modos da sua organização social. O termo "ciências sociais" também é usado para designar o grupo formado pelas ciências do direito, sociologia e ciências políticas.
1.3 - Ciências contábeis
A área das ciências contábeis é a que se responsabiliza pelas contas de uma empresa, registrando e controlando as receitas, depesas e os lucros. O profissional das ciências contábeis é responsável por planear, controlar e coordenar as compras, vendas, aplicações e investimentos da empresa, sendo que assim é possível ter uma noção clara do patrimônio. Deve estar atento a situações como despesas acima da média. Dentro da empresa, tem a função de analisar acontecimentos econômicos e depois dessa análise dar informações relevantes aos líderes da empresa para que possam tomar decisões a nível da direção do negócio. Normalmente efetua o pagamento de tributos, e dentro da empresa é a sua função fazer auditorias e perícias contábeis.
Para exercer a função de contabilista, é necessário estar cadastrado no Conselho Regional de Contabilidade. Para assegurar o registro profissional, é obrigatório realizar um exame de suficiência, medida que foi implementada desde 2010.
1.4 - Ciências atuariais
A ciência atuarial moderna surgiu no princípio do século XIX na Inglaterra e se responsabilizava pelas áreas de pensão e aposentadoria, tendo como propósito o estudo da mortalidade da população.
A ciência atuarial utiliza noções da matemática estatística e financeira para analisar riscos e expectativas, na maior parte das vezes no âmbito da administração de seguros e fundos de pensão.
Os indivíduos formados em Ciências Atuariais devem saber lidar com problemas securitários, de previdência social e privada, atuando no cálculo de prêmios de seguros, pecúlios, planos de aposentadorias e pensões. A área de avaliação de riscos é também muito importante nas ciências atuariais.
1.5 - Ciências exatas
Produzem conhecimento baseado em expressões quantitativas, testando as suas hipóteses de forma rigorosa com base em experimentos ou cálculos. Ciências exatas são aquelas que só admitem princípios, consequências e fatos rigorosamente demonstráveis.
São exemplos de ciências exatas a Matemática, a Física, a Astronomia, a Engenharia, a Química e até mesmo certos ramos da Biologia ou da Economia.
1.6 - Ciências Naturais
Ciências naturais são ciências que descrevem, ordenam e comparam os fenômenos naturais, isto é, os objetos da Natureza e os processos que nela têm lugar, e determinam as relações existentes entre eles, formulando leis e regras.
Pode distinguir-se entre ciências exatas (como a física e química) e ciências predominantemente descritivas (biologia, incluindo a microbiologia e a paleontologia, geografia, geologia, cristalografia, etc). O campo de atividade das ciências naturais é constituído principalmente pela investigação sem uma aplicação concreta. Fazem parte das ciências naturais a Biologia, a Geologia ou a Medicina.
1.7 - Ciência noética
A ciência noética está relacionada com a gnosiologia, o estudo ou teoria do pensamento ou do conhecimento.
É uma área que tenta explicar cientificamente assuntos subjetivos como milagres, fé, alma, etc.

2 - Conhecimento Científico
Podemos dizer que o homem detém vários tipos de conhecimento científico, desde aquele mais simples, comum a todas pessoas e que nos passa despercebido, até aquele mais profundo e complexo não comum a todos indivíduos.
Primeiramente analisemos o conhecimento de senso comum, o qual é estendido a todos indivíduos, mesmo que não o percebamos, e nos vem como herança genética de geração em geração. Usamos este conhecimento diariamente, muitas vezes sem nos dar conta, em atividades corriqueiras sem questionarmos se está certo ou errado. Um exemplo disto é o uso secular que fizemos de ervas para confecção de vários tipos de chás para a cura de toda sorte de moléstias. Nunca paramos para pesar como elas funcionam em nosso organismo, confiamos em sua eficácia porque todas pessoas usam e principalmente porque nos é indicado pelos mais velhos.
Outro tipo de conhecimento é o científico. Surgiu da necessidade do ser humano querer saber como as coisas funcionam ao invés de apenas aceitá-las passivamente. Com este tipo de conhecimento o homem começou a entender o porquê de vários fenômenos naturais e com isso vir a intervir cada vez mais nos acontecimento ao nosso redor. Este conhecimento se bem usado é muito útil para humanidade, porém se usado incorretamente pode vir a gerar enormes catástrofes para o ser humano e tudo mais ao seu redor. Usamos como exemplo a descoberta pela ciência da cura de uma moléstia que assola uma cidade inteira salvando várias pessoas da morte, mas também, destruir esta mesma cidade em um piscar de olhos com uma arma de destruição em massa criada com este mesmo conhecimento.

3 - Ciência & Método – Visão histórica
Tivemos no século passado dois momentos marcantes para a humanidade. O primeiro ocorreu no início do século quando cientistas conseguiram provar teorias através de observações astronômicas, que muitos consideravam incoerentes, pois contrariavam princípios já há muito tempo enraizado sobre nosso espaço exterior. O segundo aconteceu em meados da década de quarenta quando, infelizmente, descobrimos o real poder de uma bomba nuclear. O que foi um enorme avanço em nossa ciência, que se não usado para meios pacíficos, pode destruir totalmente o mundo que conhecemos.
O homem usa a ciência para tentar explicar suas perguntas de como as coisas acontecem ao seu redor. Com isto tenta-se criar novas tecnologias para termos um mundo melhor em que vivamos. Existem campos da ciência que trazem benefícios incalculáveis para o homem com o as comunicações, medicina, informática e muitos outros. Usa-se isto para a tomada de ações e decisões o que nos faz viver em uma sociedade baseada no conhecimento. Uma nação que quer ser forte não basta sê-la belicamente e monetariamente, necessita ter também um grande controle do conhecimento científico. Porém se temos um grande conhecimento e não usarmo-lo corretamente poderemos estar indo para o caminho errado.

4 - Ciência & Método
Existem várias concepções de ciência divididas em períodos históricos cada uma com sua peculiaridade, podemos relacioná-las da seguinte maneira:
Ciência Grega - Século VII AC até final do século XVI.
Ciência Moderna - Século XVII até final do século XIX.
Ciência Contemporânea - Início do século XX até os dias de hoje.

4.1 - Ciência Grega
Conhecida como filosofia da natureza tinha como preocupação a busca do saber a compreensão da natureza das coisas e do homem. Conhecimento este desenvolvido pela filosofia que hoje é distinta da ciência.
Os pré-socráticos deixaram de lado a mitologia, que na sua concepção, os fenômenos ocorriam devido a forças espirituais e sobrenaturais (Deuses) e inseriram a ideia de que existe uma ordem natural no universo não influenciado pelos “Deuses”.
No modelo platônico o real não está na experiência adquirida nos fatos e fenômenos adquiridos pelos sentidos. Para eles o verdadeiro mundo é o que está nas ideias, o que nos fornece o que são as coisas é a inteligência conseguida através da busca da verdade com o diálogo, ou lógica desenvolvida por teses.
Já para Aristóteles a conhecimento deve-se ter uma justificativa lógica, devem-se apresentar argumentos verdadeiros para sustentarem os princípios, pois nenhum efeito ou atributo poderia existir se não estivesse ligado a alguma causa. Dessa forma este modelo propõem uma ciência que produza conhecimento fiel à realidade por estar amparado no observável e pela sua característica de necessidade.
4.2 - Ciência Moderna
Durante o renascimento onde se introduziu a experimentação científica modificou-se radicalmente a compreensão e concepção teórica de mundo, ciência, conhecimento e método. Conforme Bacon a natureza é mestra do homem e para dominá-la era preciso obedecê-la. Para isto era necessária a indução experimental cuidando de várias coisas que ainda não aconteceram e depois de posse das informações concluir a respeito dos casos positivos. Isto passou a ser conhecido como método científico e deveria seguir os seguintes passos:
Experimentação
Formulação de hipóteses
Repetição da experimentação por outros cientistas
Repetição do experimento para testagem das hipóteses
Formulação das generalizações e leis
A revolução científica moderna foi idealizada por Galileu Galilei ao introduzir a matemática e a geometria como linguagens da ciência e o teste quantitativo experimental e com isto estipular a chamada verdade científica. A visão do universo por Galileu era de um mundo aberto, unificados, deterministas, geométricos e quantitativos diferente daquela concepção aritostélica, impregnada pelos resquícios das crenças míticas e religiosas. Com isto Galileu estabeleceu o domínio do diálogo científico, o diálogo experimental, que era o diálogo entre o homem e a natureza. O homem deveria, com sua razão e inteligência teorizar e construir a interpretação matemática do real e à natureza caberia responder se concordava ou não com o modelo sugerido.
Newton, dando uma interpretação diferente da de Galileu, afirmava que suas leis e teorias eram tiradas dos fatos, sem interferência da especulação hipotética. Esse seria o método ideal, através do qual se poderia submeter à prova, uma a uma, as hipóteses científicas. Assim criou-se o método científico Indutivo-Confirmável, com pequenas variações, no seguinte formato:
 Observação dos elementos que compõem o fenômeno.
 Análise da relação quantitativa existente entre os elementos que compõem o fenômeno.
 Introdução de hipóteses quantitativas.
 Teste experimental das hipóteses para verificação confirmabilista.
 Generalização dos resultados em lei.
O sucesso das aplicações de Newton no decorrer de três séculos gerou uma confiabilidade cega neste tipo de ciência que fez com que, não apenas as ciências naturais, mas também as sociais e humanas, procurassem esse ideal científico e o aplicassem para ter os mesmos resultados.
4.3 - Ciência Contemporânea
No início do século XX as ideias de Einstein e Popper revolucionaram a concepção de ciência e método científico. Os princípios tidos com incontestáveis no século passado foram cedendo seu lugar à atitude crítica. A partir deles desmistificou-se a concepção de que método científico é um procedimento regulado por normas rígidas que o investigador deve seguir para a produção do conhecimento científico. Sendo assim, há tantos métodos quantos forem os problemas analisados e os investigadores existentes.
Na ciência contemporânea, a pesquisa é resultado decorrente da identificação de dúvidas e da necessidade de elaborar e construir respostas para esclarecê-las. A investigação científica desenvolve-se porque há necessidade de construir uma possível resposta ou solução para um problema, decorrente de algum fato ou conjunto de conhecimentos teóricos.
A ciência atual reconhece que não existem regras para uma descoberta, assim como não há para as artes. A atividade do cientista é semelhante a do artista. Os pesquisadores podem seguir caminhos diversos para chegar a uma conclusão.
Analisando a história da ciência, constata-se que muito de seus princípios básicos foram modificados ou substituídos em função de novas conjeturas ou de novos padrões. Aconteceu quando Galileu modificou parte da mecânica de Aristóteles e Einstein fez o mesmo com Newton.
A concepção contemporânea da ciência está muito distante das visões aristotélica e moderna, nas quais o conhecimento era aceito como científico quando justificado como verdadeiro. O objetivo da ciência ainda é o de criar um mundo cada vez melhor para vivermos e atingir um conhecimento científico sistemático e seguro de toda realidade.
A ciência demonstra ser uma busca, uma investigação, contínua e incessante de soluções e explicações pra os problemas propostos.



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